O MAPÔ – Núcleo de Estudos de Gênero, Raça e Sexualidades é um grupo
totalmente formado por alunos da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade Federal de São Paulo, campus Guarulhos. A interdisciplinaridade
é uma das nossas características mais fortes. Colocamos em diálogo os temas
relacionados ao estudo dos gêneros, da raça como constructo social e das
sexualidades de modo amplo e diverso. Fomentamos o desenvolvimento de
atividades como palestras e mesas-redondas, grupo de estudo e pesquisa,
projetos de extensão, atividades culturais além de organizar, anualmente, a Semana
de Gênero e Sexualidade(s), um dos maiores eventos da UNIFESP. Além de
organizar eventos no âmbito acadêmico, procuramos atuar socialmente, combatendo
a discriminação, a violência, o abuso de poder, o machismo entre tantas outras
formas de opressão às minorias sociais.
Assim, podemos fazer a nós mesmos as perguntas: O que é ser MAPÔ? É ser
mulher? É ser gay? É ser negro? É ser afeminado, umbandista, feminista, não ter
posição? É estar à margem?
Quando o grupo foi criado, oficialmente MAPÔ – Núcleo Interdisciplinar de
Estudos de Gênero, Raça e Sexualidade, já existia uma movimentação de alun@s
dos cursos da Unifesp de Guarulhos em se manifestar e criar visibilidade para
alguns temas importantes e que faziam parte do cotidiano acadêmico e social do
campus Pimentas: misoginia, homofobia, racismo. Mas isso por que estamos num
campus de 'periferia', mais distante dos centros urbanos ou por que somos um
campus de Humanidades e esses temas nos parecem mais sensíveis? Talvez um e
outro, mas mais do que isso, porque são temas que afligem o cotidiano de vários
grupos sociais e indivíduos nas mais diversas localidades.
É inegável a imensa quantidade de informações, ações e reações a que
somos obrigad@s a receber e conviver diariamente e que buscam desqualificar
certos grupos sociais, alguns em específico, como negros, mulheres e homossexuais.
E, muita vezes, todos esses marcadores de diferenciação social são acionados
conjuntamente, operando em todo um processo de discriminação e rebaixamento.
Já diria Foucault, não com essas palavras e nem sobre esses temas
necessariamente: o alvo da discriminação é sempre o tema sobre o qual mais se
produz informações, discursos e formas de poder autorizado. E é também sobre o
qual há mais meios de entradas de contra-poderes, questionamentos e novas
produções de saberes. Por isso somos MAPÔ, para tomarmos espaço num debate que
muitas vezes nega este mesmo espaço, seja na sociedade, seja no meio acadêmico.
O nome do grupo já diz a que veio. Pra quem não sabe, MAPÔ é uma
corruptela de amapô ou amapoa, palavras de origem iourubá que
significam mulher e foram re-apropriadas por diversos grupos homossexuais
masculinos a partir de proximidades com religiões afro no pajubá, o dialeto de gírias gays. Ou seja, é uma palavra que
engloba aspectos afro, de feminilidades e sexualidades, com o viés de estar relacionado
a grupos discriminados socialmente. É também uma palavra curta, forte.
Antes de adotarmos esse nome, respondíamos como “Ciclo de Debates” e
promovíamos mensalmente um evento com algum professor convidado para debater
algum destes temas (gênero, raça, sexualidade); além disso, criamos a Semana de
Gênero e Sexualidade(s) da Unifesp.
Em 2011 seguimos realizando os ciclos e aumentamos a Semana de Gênero e
Sexualidade(s), abordando em especial o tema do aborto, vértice de contradição
nas eleições de 2010 e que ajudou a cristalizar posições políticas inesperadas
em nível nacional. 2011 também foi um ano especial por termos tido a presença
de pesquisas de alunos, de maior número de apresentações, de palestras de
pesquisadores estrangeiros e da presença ilustre do cartunista Laerte Coutinho;
foram totalizadas 24 horas de atividades, entre mostra de filmes, Comunicações
Orais, Mesas Redondas, e cerca de 200 participantes diários. Isso só mostrou o
quanto ainda temos pra crescer e o desafio que temos pela frente.
Estamos em processo de tornar o grupo, formado exclusivamente por alunos
do campus, oficializado academicamente a fim de tocarmos projetos temáticos
vinculados à vizinhança dos Pimentas. Além disso, pretendemos criar outros
eventos e seguir com os Ciclos e a Semana de Gênero e Sexualidade(s), no
segundo semestre de cada ano, criação de um periódico mensal e de um grupo de
estudos. E como ninguém é de ferro, realizar as festas mais bafônicas da
Unifesp!
Hoje somos 1 aluno de pós-graduação e cerca de 10 alunos de graduação
fixos, sem contar outr@s colaboradores, sempre
bem-vind@s.
Entre em contato conosco, mande uma mensagem, veja o que já temos feito.
Você é bem-vind@ sempre! Acompanhe no site nossa programação aberta e participe
de nossas reuniões!
Um beijo pra quem é MAPÔ!
Contato: unifespmapo@gmail.com
por favor me informariam sobre os certificados,? é urgente
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